Como controlar seu cachorro durante um passeio?

Em Cães, cachorros e caninos por André M. Coelho

O objetivo desses exercícios é para dar aos proprietários mais controle sobre os seus cães em caminhadas e para substituir corridas, latidos, comportamentos agressivos ou medrosos pela calma, tranquilidade e comportamentos relaxado. Os donos precisam ficarem o mais relaxados quanto possível e pensar nestes exercícios como jogos para brincar com seus cães. Se a agressão é parte do comportamento reativo de um cão, a pessoa passear o cão é responsável pela segurança dos outros e deve garantir que coleiras e cabrestos são seguras e que não há oportunidade para o contato físico com outros cães ou pessoas.

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Como controlar cachorro agitado para passeios: a preparação

Antes do processo de condicionamento social começar, o cão deve ser ensinado para vir de forma confiável, sentar, ficar, e caminhar com uma coleira. Esta formação pode exigir a ajuda de um treinador. Note-se que em todo o processo deve ser usado apenas o reforço positivo (carinho, petiscos, palavras de motivação, etc), e é o mesmo procedimento para cães que simplesmente não conseguem passear e empacam na coleira.

Em seguida, os proprietários precisam ensinar os cães que eles estão no controle. Ao definir limites, o proprietário vai obter melhor aderência e confiabilidade, usando estruturas de treinamento. Um programa de recompensas para as atividades que o cão realizar que merecem recompensa vale a pena.

Como parte deste programa, o proprietário deve solicitar que o cão sente-se antes de começar qualquer coisa que ele queira ou precisa, e o cão deve ser ignorado quando exigir atenção, além de ser frequentemente autorizados a acompanhar proprietários em torno da casa ou quintal ou antes de irem para dentro ou fora da casa. Durante o treinamento, todos os comandos devem ser dados em um tom otimista e descontraído da voz.

Caminhando com seu cachorro

Treinando seu cão para passeios mais comportados, sua segurança, da família, e dos vizinhos, será muito maior, e os passeios muito mais prazerosos. (Foto: expertbeacon.com)

Meu cachorro não quer passear: as ferramentas de treinamento

Além de ter um plano de condicionamento social, que falaremos abaixo, outras ferramentas que os proprietários precisam ao treinar os seus cães contra comportamentos reativos são reforçadores e instrumentos positivos para manter o controle físico, como uma coleira e um “clique” (aparelho que faz um barulho para o treinamento)

Se mais controle é necessário, o cão deve ser treinado para usar um haltere de cabeça. Os proprietários podem também considerar uma focinheira, se há alguma chance de um cão agressivo ter contato com uma pessoa ou outro cão e atacá-lo.

Distâncias limiar de resposta

Há duas distâncias de limiar de resposta: a distância de orientação e a distância limite reativa. O treinamento tem lugar entre essas duas distâncias.

A distância do limiar de orientação é a distância em que o cão começa a concentrar-se para o estímulo gatilho (por exemplo, cão, pessoa, bicicleta). Esta distância deve ser significativamente mais distante do que a distância em que o dono começa a perder o controle do cão.

A distância limite reativa é a distância em que o cão começa a apresentar os comportamentos não desejados (por exemplo, latir, rosnar, puxar). Esta distância pode variar dependendo do estímulo. Por exemplo, um cão que é agressivo com as pessoas pode ser reativo para a maioria das pessoas a uma distância de 10 metros, mas reativa para homens com chapéus na mesma distância. Ou um cão que não é reativo a outros cães pode reagir para cães de grande porte a uma distância mais longe do que é normal para cães de pequeno porte. Em outros casos, ele pode até simplesmente empacar na coleira.

Meu cachorro empaca na coleira ou fica muito agitado: o treinamento começa no condicionamento de distância e aproximação

Os proprietários devem começar passeando com seus cachorros em pontos relativamente tranquilos, onde estímulos desencadeantes aparecem de forma intermitente. Áreas populosas devem ser evitadas. Variando o tempo da caminhada pode ser útil, mas os proprietários devem se certificar de que está em um momento em que há uma baixa densidade de pessoas ou cães. Os proprietários devem ter cuidado para manter seus cães para além da distância limite reativa. No caso dos cães que empacam com a coleira, o foco todo do passeio é ficar com ele ao lado da coleira e da guia, colocando ela perto dele e apresentando carinhos e estímulos de motivação.

Quando um cão orienta em direção a um estímulo negativo (fugir da coleira, da guia, ou em direção a um outro cão ou pessoa), o proprietário deve imediatamente dizer o nome do cão em um tom otimista e apresentar um reforço positivo ao mesmo tempo. O dono deve mandar o cão sentar ou ficar por não mais de dois segundos, dar o petisco e dizer: “bom cão”. Dono e cão devem, em seguida, continuar caminhando lentamente em frente. Quando o cão se dirige para o estímulo novo, a sequência deve ser repetida.

Antes do estímulo atravessar a segunda distância limiar (distância limite reativa) e o cão se torna reativo, o proprietário deve virar com o cão e caminhar na direção oposta, ou para uma rua lateral. Ao longo do tempo, o cão deve gradualmente ser autorizado a se aproximar do estímulo antes de mudar de direção. O cachorro está ficando perto de seu limite reativo se começa a reagir mais lentamente, muito áspero ou rápido, é lento para se sentar, reclama, boceja, ou mantém um forte foco no estímulo, mesmo enquanto estiver receber um petisco. Essa fase vale também para a apresentação da guia e coleira, pois é comum o cão começar a reclamar dos excessos do dono em querer forçar o passeio e a coleira.

Passando para o outro lado da rua: evoluindo o treinamento

Uma vez que o cão começar a sentir-se relaxado ou conseguir ficar cerca de 12 metros do estímulo, o próximo passo é continuar a andar para a frente, mas passar para o outro lado da rua quando o estímulo passar na direção oposta. O dono deve mandar o cão sentar ou ficar por guloseimas várias vezes enquanto ele ou ela anda na direção do estímulo. Quando estiver a cerca de 12 metros do estímulo, o proprietário deve colocar um grande petisco na frente do nariz do cão, e repetidamente dizer “junto” em um tom animado e otimista, e rapidamente andar para a frente, mantendo o cão voltado para a comida e seu nariz apontando diretamente em frente. Nesse ponto, você pode começar também a colocar a coleira ou guia mais próxima do pescoço ou ao redor do pescoço do cão.

Sentado ou ficando ao lado da calçada: acalmando o cão

Quando o cão de forma consistente ignora o estímulo do outro lado da rua, o proprietário pode avançar para esse estágio. À medida que o estímulo se aproxima diretamente ao cão, ele deve ser comandado para se sentar ou ficar em uma posição a cerca de 6 metros ao lado do calçada. Um petisco deve ser colocado na frente do nariz do cão até que o estímulo passe, e em seguida, deve ser dado o reforço. Uma abordagem alternativa para um cão que pode ter dificuldade em se manter um longo tempo parado seria ter o dono fazendo uma série de comandos de “levanta” e “senta” enquanto o estímulo passa. Para a o treinamento de coleira, faça o mesmo “levanta” e “senta”, colocando e tirando a coleira enquanto faz isso, e andando até a calçada com o cão enquanto faz isso.

Andando com o cão

Depois desses passos, o caminho é dar pequenos passeios com o cão. Ande por 5 a 10 minutos, no máximo. Qualquer incômodo que o cão sentir, pare e repita as operações de comando e reforço positivo.

Cuidados durante o treinamento

Em nenhum momento o cão deve levar uma bronca. Isso pode acabar com todo o treinamento que você vem realizando até agora. Você não pode e não deve colocar tudo a perder.

Como está indo o treino do seu cachorro? Algum problema durante o treinamento? Alguma dúvida?

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

André sempre se preocupou com animais de estimação e já teve cachorros, gatos, chinchilas, peixes, e hamsters. Para poder cuidar dos seus bichos, teve de pesquisar e estudar muito, conversando com técnicos e profissionais da área. Desde 2012, decidiu compartilhar com os leitores do blog o conhecimento que aprendeu em todo este tempo.

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